domingo, 22 de fevereiro de 2009

UMA SÍNTESE DO ANO PAULINO E DO APÓSTOLO PAULO

O Papa Bento XVI proclamou um especial Ano Jubilar dedicado a São Paulo, de 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009, para celebrar os dois mil anos do seu nascimento। Serão promovidos Congressos de estudos e especiais publicações sobre os textos paulinos, a fim de fazer conhecer cada vez mais a imensa riqueza do ensinamento contido neles, verdadeiro patrimônio da humanidade redimida por Cristo.

O Ano Paulino brindará a ocasião para redescobrir a figura do apóstolo, reler suas numerosas cartas dirigidas às primeiras comunidades cristãs, reviver os primeiros tempos da Igreja, aprofundar em seus ricos ensinamentos aos gentios, meditando em sua vigorosa espiritualidade de fé, esperança e caridade, peregrinar pelos numerosos lugares que visitou, fundando as primeiras comunidades eclesiais, revitalizar a fé e o papel da Igreja de hoje à luz de seus ensinamentos, rezar e trabalhar pela unidade de todos os cristãos em uma Igreja unida

Quem foi São Paulo?
Paulo nasceu entre o ano 5 e 10 da era cristã, em Tarso, capital da Cicilia, na Ásia Menor, cidade aberta às influências culturais e às trocas comerciais entre o Oriente e o Ocidente। Descende de uma família de judeus, pertencente à tribo de Benjamim, que observava rigorosamente a religião dos seus pais, sem recusar os contactos com a vida e a cultura do Império Romano.

Os pais deram-lhe o nome de Saul (nome do primeiro rei dos judeus) e o apelido Paulo। O nome Saul passou para Saulo porque assim era este nome em grego. Mais tarde, a partir da sua primeira viagem missionária no mundo greco-romano, Paulo usa exclusivamente o sobrenome latino Paulus.

Ele era fariseu, que significa separado do povo pobre, doente e analfabeto। O povo era visto como pecador e impuro eles seriam os puros, os salvos. Paulo deixa de ser fariseu e como cristão ver que Jesus amou e se entregou por toda a humanidade sem fazer distinção. A vantagem de ele ter sido fariseu foi que recebeu uma boa formação acadêmica.

Aprende a falar e a escrever aramaico, hebraico, grego e latim. Pode falar publicamente em grego ao tribuno romano, em hebraico à multidão em Jerusalém (At 21,37.40) e catequizar hebreus, gregos e romanos.
Há quem diga que foi ele quem fundou o cristianismo e não Jesus – exageros a parte, o certo é que ele levou o anuncio de Jesus Cristo para fora da palestina, tornando-o universal।

Paulo caiu do cavalo? Nos atos dos Apóstolos há três narrações da “conversão de Paulo” em nenhuma delas se fala de “cair do Cavalo”. (A sua conversão não foi imediata)
Paulo foi membro do sinédrio, isto é, do tribunal da época de Jesus, Principal responsável pela morte de Jesus. Com as ordens recebidas dos Sacerdotes, Paulo prendia muitos cristãos e dava para condená-los à morte.
Paulo é chamado “o Apóstolo” por ter sido o maior anunciador do cristianismo depois de Cristo। Entre as grandes figuras do cristianismo nascente, a seguir a Cristo, Paulo é de fato a personalidade mais importante que conhecemos. É uma das pessoas mais interessantes e modernas de toda a literatura grega, e a sua Carta aos Coríntios é das obras mais significativas da humanidade.

A palavra “apóstolo” significa enviado, mensageiro। Então o que significa ser apóstolo? O próprio Paulo nos responde em (1Cor 4, 9-13): “Pelo que vejo, Deus reservou o ultimo lugar para nós que somos apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte, porque nos tornamos espetáculos para o mundo, para os anjos e para os homens! Nós somos loucos por causa de Cristo; e vocês, como são prudentes em Cristo! Nós somos fracos, vocês são fortes! Vocês são bem considerados, nós somos desprezados! Até agora passamos fome, sede, frio e maus tratos; não temos lugar certo para morar; e nos esgotamos trabalhando com as nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados e abençoamos; perseguidos e suportamos; caluniados e consolamos. Até hoje somos considerados como o lixo do mundo, a escória do universo” (1Cor 4, 9-13)

O Apóstolo afirma ter feito muitas viagens। Nos Atos dos Apóstolos Lucas organizou em quatro, cada viagem possui uma característica.
Na primeira: Deus abriu aos pagãos a porta da fé (14,27). O muro que separava a humanidade desapareceu. O Deus dos cristãos é o Deus de todos. Na segunda: O Evangelho entra na Europa। Um europeu (da Macedônia) apareceu a Paulo numa visão e pediu ajuda (atos 16, 9-10) nasce a primeira comunidade cristã européia. Na terceira: a centralidade é Efeso. Ensina por dois anos na escola de tiranos. “Todos os habitantes da Ásia, judeus e gregos, poderam ouvir a Palavra do Senhor” (At 19, 10b). Aparece ainda um milagre de Paulo, a ressurreição de Êutico. Na quarta: O testemunho de Jesus Cristo chega aos confins do mundo। Escreveu 13 cartas às igrejas por ele fundadas: sete são Paulinas, ou seja, verdadeiramente de sua autoria: 1Tessalonicenses; 1 e 2 Coríntios; Filipenses; Filémon; Gálatas; Romanos. Seis são Deuteropaulinas, ou seja, não se tem certeza se são escritas por ele: Colossenses; Efésios, 2Tessalonicenses; 1 e 2 Timóteo e Tito. A Carta aos Hebreus é certeza que não foi escrita por Paulo.

Paulo teve muitos colaboradores, inclusive mulheres, cerca de 100 pessoas, destacam-se: Barnabé, Timóteo, Tito, Silas, Febe, Áquila, Pricila, Epafras, Sóstenes, Filêmon e outros (Rm 16)
Razões centrais que levaram Paulo a escrever algumas cartas: Romanos: Aprofundar (1, 16) “O Evangelho e a força de Deus para a salvação de todo aquele que crer, judeu ou não judeu”. 1 Coríntios: Uma tentativa de ajudar os cristãos de coríntios, que viviam sérias dificuldades, a ver melhor o que Deus quer deles. Efésios: Tratava a pessoa de Jesus Cristo e a Igreja, seu corpo, composta de judeus e não-judeus formando um só पावो. Tessalonicenses: Segunda vinda do Senhor o fim deste mundo.
A grande paixão de Paulo foi a evangelização, o anúncio de Jesus Cristo, a ponto de dizer: “ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”!(1Cor 9-16) Jesus Cristo estava sempre diante dos seus olhos e no seu coração। Aplica a Jesus Cristo tudo o que São João, no início do seu Evangelho, aplica ao Logos. Transfere para Cristo todas as qualificações fundamentais do Pentateuco. Assim, para Paulo, Jesus Cristo é vida, luz, sabedoria, salvação, norma de vida, água viva, fonte de graça e de justificação, Criador do Universo, Filho de Deus, que encarnou por obra do Espírito Santo.

O credo de Paulo é estar com Cristo, viver com Cristo, entrar em comunhão com Cristo, participar no mistério da sua morte e ressurreição, receber o Espírito Santo, conformar-se a Jesus (cristificar-se), unir-se a Jesus e seguir os seus passos até ao ponto de dar a vida, crer na sua Ressurreição।

Nas suas cartas, Paulo afirma que Jesus Cristo está vivo e reconcilia os homens através do Espírito Santo. Cristo traz a salvação ao mundo. A reconciliação dos homens com Deus e entre si é possível e já começou. É através da Igreja que se realiza esta reconciliação.A base da conversão é o encontro pessoal com Jesus ressuscitado, que tem como conseqüência, uma vida nova. De violento e perseguidor dos cristãos, Paulo, passou a Apóstolo de Jesus. Exclama: “para mim viver é cristo”(Fl 1,21). “Eu vivo, Mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

CRISE ECONÔMICA: A verdadeira causa.

No presente texto serão desenvolvidas idéias muito mias de um outro personagem do que propriamente minhas, trata-se de uma síntese, a partir da minha compreensão, da aula inaugural da Faculdade São Bento da Bahia 2009, proferida pelo Dr. Rubens Ricúpero, dentre outros cargos e títulos ele é: Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, Ex-ministro da presidência por duas vezes, da Economia e do Meio Ambiente; foi sub-secretario geral e atualmente e consultor da ONU. O tema desenvolvido: O governo Obama e a Crise Internacional.

A primeira reflexão é a de que por traz de tudo que acontece em política e economia encontramos valores. A adesão a determinados valores ou o desprezo a eles definem o rumo destas duas realidades. Tentou-se, portanto, buscar uma compreensão de quais valores estão por traz desta economia em crise.

O doutor tentou seguir a seguinte lógica, falou do fenômeno Norte Americano com o novo governo; qual a conseqüência da crise nos problemas concretos como relações internacionais, mudanças climáticas, comércio internacional; enfim como isso pode nos afetar e como podemos ser parte da solução.

O que tem haver Obama com a crise internacional? Ora, a crise começou nos EUA e não terá fim enquanto o país não tiver uma economia estável, pois os EUA continua sendo, apesar de menos forte do que a tempos atrás, a maior potencia mundial e ainda deve continuar por muito tempo. O motivo não é simplesmente por ele ter a maior economia, melhor força militar, melhor desenvolvimento tecnológico, isso só não bastaria.

Hoje são os “sem números” que definem, são jogos diferentes e jogadores diferentes. O Ex-ministro usa a expressão tabuleiros. Os EUA são os únicos decisivos em todos os tabuleiros: cultura, economia, indústria... eles tem uma grande capacidade de criar símbolos e valores. Por isso são líderes, por isso tem tanto poder concentrado. Porém, não é único e depende de outros poderes, de outros países.

O presidente Buch seguiu uma linha do unilateralismo, achava-se a única potência, capaz de resolver tudo sozinho, foi o seu maior erro. Obama já em seu discurso de posse falou de humildade, saudou a todos os americanos com e sem religião, coisa nunca vista antes. O atual presidente traz algumas características que valem apenas serem olhadas: Foi um brilhante aluno de direito, poderia ter se dedicado a profissão e tornado-se talvez um grande milionário, mas decidiu, ao invés de ganhar dinheiro, o social por vocação; tem experiência com a diversidade, pai africano, padrasto mulçumano, mãe intelectual e professora universitária; cresceu com uma presença muito forte da avó e nos Estados Unidos. Torna-se presidente ainda jovem, com uma virada histórica,, onde pouco tempo antes a própria lei “os condenava” agora um negro é o governador maior do país.

No que refere-se a crise os economistas demonstram na imprensa tecnicamente, e muito bem, como a crise veio a tona. Criou-se hipotecas de risco, bolhas de valorização: uma bolha seria papeis de imóveis e bens que se supervalorizam, acumula-se valores encima de valores, vão sendo vendidos e revendidos na lógica especulativa, é na verdade um valor inexistente. Ora, as bolhas estouraram, os pacotes foram caloteados, atingiu-se diretamente grandes bancos e investidores americanos, que por sua vez, já tinham vendas para a Europa, deste modo, a crise se generalizou, todos foram afetados.

Mas esse tipo de mercado financeiro foi favorecido pelos próprios governos a partir dos anos 80 seu crescimento foi de uma velocidade absurda. Junto a esse crescimento cerce também a desigualdade. Para se ter uma idéia, nos anos 70 um alto executivo ganhava 40 vezes mais que o ganho médio, hoje chega a mais de 370 vezes. Portanto, a raiz social desta crise foi a desigualdade.

Os EUA deixaram de poupar, enquanto isso países asiáticos tornaram-se grandes poupadores; China, por exemplo, poupa até 50% de seus lucros e financia os EUA, que como um “buraco negro” engole tudo produzido no mundo. Foi preciso gerar “bolhas” para continuar a crescer. A criação e manejo das “bolhas” era a própria condição do sistema financeiro. Isso não poderia continuar em um dado momento estas bolhas começaram estourar. O setor financeiro que deveria ser um meio para um fim, tornou-se um fim em si próprio.

O problema agora é: o que se vai colocar no lugar dessas bolhas, não basta sair da crise, ninguém sabe até onde ela vai, mas deve ter um fim. O problema é como terminará essa crise? Voltaremos ao modelo de antes ou com alguma coisa nova? O ideal seria sair da crise construindo um pacto social. O setor financeiro não deve ser um fim em si próprio. O pacto da economia social deve ser fundado em valores e não unicamente no enriquecimento, isso exige naturalmente uma mudança também na política internacional.

Se há um grande desafio na atualidade, é o aquecimento global. Essa é a mãe das ameaças. Buch nunca aceitou essa realidade, Obama já reconhece essa ameaça ambiental.

Nesse particular o Brasil pode ganhar muito. Somos potência ambiental: maior floresta tropical, maior boi-diversidade, mais rico em água potável, usamos o bio-combustível de forma consistente. Por isso o Brasil tem muito a contribuir, não precisamos ser a nação mais rica economicamente, devemos ser uma potência em valores, uma força de vida digna. A vida vivida segundo o bem, segundo os grandes valores: a justiça, o belo, a solidariedade, a humildade, a fraternidade, a amizade e assim tantos valores defendidos e estudados pelos primeiros filósofos por exemplo. Os EUA optaram por uma política ante-valores: cobiça, ambição, competição, egoísmo... Isso, sedo ou tarde, só poderá levar ao caos.

Por fim, diante deste assunto que apesar de ter tanto impacto na vida de todos, parece tão distante e fora do nosso cotidiano, chegamos a perguntar: e nós o que podemos fazer diante disso? Eu diria, temos muito a fazer! Sendo justo nas pequenas coisas, fazendo bem o que nos compete, cultivando honestidade e tantos valores poucos visíveis na sociedade atual e até diria para os que tem fé vamos rezar e aos que não tem sejam homens e mulheres de boa vontade.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

CAPITALISMO E ECONOMIA EM CRISE: Uma visão geral e simplificada.

O mundo assiste e atravessa uma grande crise econômica. Os países noticiam prejuízos e prejuízos. Há duas claras evidencias que derrubaram a economia: a falsa especulação e uma política econômica autodestrutiva.

No que refere-se à especulação, como a própria semântica da palavra expressa, produz-se, investe-se, compra e vende, não o que se tem, nem necessariamente as ofertas valiosas no concreto, mas o que os especuladores apostam ser o melhor. Assim, investe-se “rios de dinheiro”, em algo que não se sabe com clareza o que realmente é, porém, é o que está valendo mais no mercado. Ora, quando há investimentos falsos, equívocos especulativos ou mesmo golpes propositais, o resultado só pode ser grandes baixas econômicas a nível mundial.

Isto se deve pela própria estrutura econômica em vigor. O mercado é único. Ações de um país transitam em um tempo mínimo por vários países. Um grande prejuízo em um país reflete em todos. É o comércio globalizado. É a economia escrava do capital que ela mesma criou. Nesse âmbito está o estopim da crise atual: grandiosas empresas americanas, com suas hipotecas supervalorizadas, abriram falência. Os Estados Unidos sentiram. O mundo inteiro sentiu. A especulação tornou-se realista ou mesmo pessimista; ninguém mais investe, o medo reina, o dinheiro some, ricos ficam pobres.

Portanto, só a partir de uma economia que leve em conta também valores humanos e não simplesmente a lei do lucro pelo lucro e uma especulação mais realista, o capitalismo tornar-se-á menos vulnerável a grandes crises com possibilidades de uma economia bem consolidada.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A CONCEPÇÃO DE PECADO EM LUTERO

Para entender ou aproximar-se do pensamento de Lutero, faz-se necessário adentrar no contexto de sua época e de si mesmo. Á luz da realidade de seu tempo podemos dizer que seu ambiente eclesiástico era sadio e ao mesmo tempo doente, isto é, havia muitos elementos enriquecedores e positivos dentro da Igreja, como também elementos negativos, acarretando sérias dificuldades à própria Instituição.

Lutero reage a essa estrutura negativa, mas é importante ressaltar, que ele não foi o único, temos São Francisco de Assis e Santa Tereza D`Avila, seus contemporâneos. Estes últimos também romperam com as estruturas da época, no entanto, a partir de uma postura coletiva, gerando dentro da própria Igreja um novo modo de ser, sem perder a unidade, tornando-se assim, apesar de encontrar grandes resistências, um grande bem posterior à toda Igreja. Lutero faz uma ruptura muito mais consigo mesmo; sua pergunta fundamental é: Como serei salvo? Ora, é essa a matriz de todo o pensamento luterano. Como o homem será salvo? Como isso vai se dá em mim?

Proponho-me a partir desse momento buscar um entendimento do pensamento deste reformista a cerca do pecado. Lutero vai apresentar sempre um negativismo em relação ao homem pecador, um pessimismo antropológico; o pecado segundo ele é um ato histórico que reduziu a pessoa humana a um estado de corrupção radical e contradição consigo mesmo; o pecado aniquilou a bondade da natureza; o pecado constitui a consciência do homem. O ser humano é “criatura de Deus constituída de corpo e alma viva, feito à imagem e semelhança de Deus, sem pecado, para procriar e dominar sem nunca morrer”. ( Lutero, A Refutação do Parecer de Látamo. 1992, p. 195.) Mas algo muda! Após a queda de Adão, a criatura ficou sujeita ao poder do diabo, ao pecado e à morte. São as conseqüências de sua queda, de sua atividade contra Deus. Essa queda causou um rompimento na ligação entre os humanos e Deus.

Para Lutero a situação fundamental do homem é indigência, ruptura, cisão, desintegração, e alienação consigo mesmo, com os outros e com Deus. O homem é iludido pelo pecado que ele pode se autorrealizar. O pecado é: aversão a Deus e conversão ao homem. O problema é achar-se valioso diante de Deus sem o ser. O homem não tem valor nenhum, pois pelo pecado ele está inclinado para o mal, só pode fazer o mal. O homem só pode pecar. Ninguém é sem pecado. O religioso chega a dizer que até as boas obras terrenas aos olhos de Deus podem ser mal. Para ele a primeira, suprema e mais nobre boa obra é a fé em Cristo.
O reformador falou de pecado capital, pecado radical, pecado original, pecado pessoal; no intuito de mostrar que o pecado está em cada pessoa, não há pecados maiores ou menores, os atos pecaminosos são apenas furtos do pecado: “teu nascimento, tua natureza, e toda a tua essência é pecado, o ser humano está corrompido inteiramente até o fundamento pelo pecado original”. (Lutero, Catecismo Maior. 1997, p. 555)

É graças ao amor de Deus por nós, e só por ele, que podemos ser salvos, Ele oferece o perdão e nos aceita como justos através de Cristo. Resta-nos aceitar o perdão oferecido por Deus. Lutero vai falar de uma luta constante do homem: o “velho Adão” e o “novo Adão”, há algo fundamental nesta luta: o Batismo. A pessoa batizada vive, a um só tempo, na esfera de Adão e na esfera de Cristo. O ser humano é assim, justo e pecador. Justo quando está em Cristo, dele se reveste e confia na sua graça.

Finalmente, segundo Martinho Lutero é Deus em seu infinito amor que envia seu Filho Jesus Cristo para salvar o homem caído em pecado. Resta ao homem guardar os mandamentos de Deus e fazer penitência como ato de arrependimento e mudança de vida, buscando ansiosamente a misericórdia e o perdão de Deus. Sobretudo para nós católicos razoavelmente esclarecidos, torna-se difícil a compreensão de vários temas desenvolvidos por este personagem, o mesmo parece contradizer-se em seus próprios argumentos, todavia, a tentativa aqui foi de dar uma fundamentação básica para o entendimento da concepção de pecado desenvolvida por ele.