segunda-feira, 27 de abril de 2009

UMA VIDA – UMA NOVA VIDA

Algo aconteceu! Um acidente! Um incidente! Uma lição!

No dia 19 de junho de 2007, estava morando em Alagoinhas-Ba, sendo voluntário na Pastoral do Menor. Exatamente nesta data, fiz uma visita ao Padre Edvanio no Seminário Propedêutico. Pareceu uma visita normal, mas não foi. Fui convidado a permanecer e almoçar, aceitei. Tivemos uma longa conversa íntima. O Padre lembrava uma reunião com as lideranças da Paróquia Santa Terezinha, a qual, ele estava assumindo. O ultimo convite iria ser entregue naquela tarde na comunidade do Encantado. Terminado o almoço retornei ao trabalho.

Às 18h fiquei sabendo que o Pe. teria sofrido um acidente, partindo de imediato para Salvador, em estado grave, fora de si. Preferi não acreditar, tinha estado com ele, isso seria boato! Passando pela Matriz de Santa Terezinha encontrei algumas senhoras rezando pelo Padre e me confirmaram o fato. Fui para casa (Pastoral do Menor) rezei a Deus e dormi. Enquanto isso no Seminário em Salvador a notícia chegou que ele tinha morrido. Muito choro! Tenções! Que noite aquela! Daí em diante, muitas orações! Mas as notícias eram sempre pouco animadoras. “Permanece em coma profundo”. Dez dias depois, após ouvir tantos dizer que não teria mais jeito, eu mesmo decidi ir vê-lo no hospital. Entrando na UTI do hospital Sal Rafael, o vi, apesar de muito inchado, não estava irreconhecível como me disseram. Comecei apertar a mão dele e para minha grande alegria senti que ele retribuía. Comecei a conversar entusiasmado com ele e percebi uma mudança na respiração, parecia mexer-se um pouco. Voltei radiante, feliz da vida, “meu cumpade” não iria morrer.


Quatro meses depois do acidente

Presidindo sua primeira Missa na Terra natal

Quando contava sobre minha visita, muitos diziam que era mentira ou ilusão de minha parte. Continuavam dizendo que não havia muita esperança. “Edvânio já era”.

Mas Deus tinha outros planos. Pe. Edvanio (meu cumpade), está ai, para nossa alegria e para fechar a boca e o pensamento de tantos que desacreditaram no que Deus e ele era capaz.

Hoje, pouco menos de dois anos, para minha alegria e de todos os seminaristas, o Padre é nosso Vice Reitor, Deus tem seus caminhos. Lembro do Bispo Dom Paulo, que deu um grande testemunho de acolhimento e empenho total no cuidado maternal e paternal na recuperação desse “seu Filho”. Quanto bem, esse fato gerou!

Parabéns, Padre Edvânio, o senhor é nosso Orgulho. Exemplo de fé, exemplo da ação de Deus.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

POR QUE A IGREJA É HIPÓCRITA?

Talvez você também já tenha se feito esta pergunta. Muitos não a admite, mas dizer o contrário é sim inaceitável. Calma!

Primeiro vamos ver o sentido da palavra hipócrita aqui apresentado. Podemos dizer que ser hipócrita é ser falso, fingido, dizer ser algo que não é. Resumamos:
ser hipócrita é ser pecador.

Vejamos como ficou a pergunta inicial. Porque a Igreja é pecadora? Acredito não haver ninguém com objeção a essa pergunta. A conclusão ou constatação de que a Igreja é pecadora, nos mostra uma contradição: como pode uma Igreja ao mesmo tempo Santa e pecadora? Sobre a santidade da Igreja falaremos numa próxima oportunidade. Voltemos à questão.

Por que acontece tantos erros “na Igreja”? Ora, os erros são cometidos pelos membros da Igreja, que apesar de haver tantos “santos e santas”, homens e mulheres de excelente conduta e exemplo como membros como efetivos da Igreja, há também homens e mulheres de condutas nada corretas, os quais, muitas vezes, denigrem a imagem da instituição referida.

Mas a final, qual o homem que nunca errou e que nunca errará? A raiz da hipocrisia não é difícil de ser percebida, está na nossa incapacidade de sermos perfeitos.

Antes de perguntar porque a Igreja é hipócrita, a interrogação deve ser feita a nós mesmos. Porque as pessoas são hipócritas? Porque eu cometo tantos erros? Desta maneira nos daremos conta que por mais éticos e religiosos, ou mesmo “santos” que somos, seremos sempre incapazes de ser perfeitos.

Portanto, só nos resta um caminho, que é bíblico inclusive. Crescer o joio e o trigo juntos. Assim, a hipocrisia na Igreja, não é nada mais, que parte da nossa hipocrisia individual. Talvez os que a conduzem de forma mais direta tenham maior responsabilidade, mas em princípio, todo cristão batizado é Igreja.

Resta-nos, finalmente, o reconhecimento de que estamos todos no mesmo “barco”. Buscamos a honestidade, a bondade, a santidade... Mas nem sempre conseguimos. Ao invés de condenar os outros, ou mesmo a Igreja, devemos ter misericórdia e ser solidários para com o próximo, ajudá-lo a ser melhor. Por isso, nem sempre a Igreja condena, mas acolhe, e mesmo que ela condene, Deus jamais condenará, basta que aconteça o arrependimento e abertura ao perdão.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

QUEM REALMENTE DEFENDE A VIDA?

O caso do aborto da menina de 9 anos em Pernambuco, trouxe à tona um assunto que “borbulha” na sociedade brasileira: O ABORTO. São praticados tantos no país! Mas porque a mídia deu tanto respaldo a este?

Por que esse, é realmente, um caso especial! O fato de ser gravidez por estupro, a lei do país já permite aborto (com a permissão da mãe ou responsável). A ocorrência de a mãe ter apenas 9 anos, torna o caso incomum, sendo gêmeos, mais raro ainda.

A versão médica é clara: a menina corria risco de vida. Seria a morte das três vidas. “Era só uma questão de tempo”. Logo, salvou-se a vida de nove anos matando as duas que se iniciavam.

A “Igreja” (Bispo de Olinda) também pronunciou-se de imediato. Estão excomungados os pais que autorizaram e a equipe que provocou e assistiu o aborto. A doutrina da Igreja é muito clara, sem meio termo. Matou ou colaborou com a morte de um inocente indefeso (aborto) está automaticamente excomungado, isto é, fora da comunhão da Igreja, seria dizer: “se você não se deixa orientar no que há de mais essencial da Igreja Católica, então você está fora dela”.

Se seguirmos a lógica e a versão apresentada pela medicina, os médicos agiram “corretamente”, salvaram uma vida em risco, mesmo matando outras duas. “Melhor uma do que nenhuma!?...”

Agora o outro lado da história: a mãe e o pai da menina foram pressionados pela equipe do hospital a assinar a autorização do aborto na filha; não chegou às mãos dos conselheiros tutelares, que acompanhavam o caso bem de perto, nenhum boletim médico oficial onde mostrasse o verdadeiro estado da paciente, pelo contrário, uma grande negligência neste sentido; uma semana depois do fato, uma criança na Amazônia, após três meses no hospital sendo acompanhada pela equipe médica deu à luz uma criança.

Em 1939, a medicina tinha condições de fazer uma cesárea em menina de cinco anos e salvar a vida dela e do filho. Como de fato ocorreu, no Peru, até hoje é famosa na medicina e considerada a mulher que se tornou mãe mais jovem no mundo . Em 2009, através de inseminação artificial, consegue-se manter até o final uma gravidez de óctuplos. Será porque no caso de Pernambuco tudo pareceu tão diferente? A medicina regrediu?

Estavam mesmo as três vidas prestes a morrer? Esta pergunta já pode ter outra resposta! Como se ver, há outros interesses, outros valores por trás. A atitude foi no mínimo, apressada e precipitada. O Bispo, por sua vez, deveria ter conhecido mais de perto a situação para depois se pronunciar, evitando as distorções feitas pela mídia, sem deixar de defender a nossa sábia, responsável e respeitada Igreja Católica.

O maior problema, me parece, é que cada vez mais a consciência humana já não consegue distinguir o que é bem e o que é mal. Toda pessoa sensata escolhe a vida. Mas dizendo-se defensor da vida, às vezes se provoca muito mais morte. Por isso, para alguns analistas, vivemos numa cultura de morte. Matar um feto ou uma criancinha que ainda não nasceu; matar um “velhinho” que já “não serve mais”, às vezes só porque não tem mais a energia dos “novos”, é visto como ato de amor.

Para defender a vida, muitos são totalmente contra o uso e manipulação das células-tronco embrionárias. Em defesa da mesma vida, muitos são totalmente favoráveis. Semelhante a isso são as realidades do aborto, (como a história que estamos analisando) da eutanásia, do uso de preservativo, violências diversas, agressão ao meio ambiente. Há muita destruição da vida em nome da sua defesa. Vivemos em um momento crítico e decisivo em que a humanidade se vê diante da possibilidade real de auto destruição. O perigo é “em nome do progresso a humanidade se regredir a um estilo de vida de tempos que foram denominados de bárbaros”.

Que os “absurdos” humanos trazem conseqüências aos próprios homens e seu ambiente, é um fato. Mas fazer outros “absurdos” para esconder estas conseqüências, é não querer ser responsável pelos nossos próprios atos.

Tirar a vida de um inocente (abortar) pode “resolver” vários problemas: a irresponsabilidade social dos governos; a irresponsabilidade dos pais para com aquela nova criança; apagar as conseqüências, mais negativas, do uso do corpo como objeto; esconder a vergonha, a descriminação e as dificuldades de uma gravidez indesejada e tantos outros.

Pelo que vejo, cedo ou tarde o aborto será dispenalizado no Brasil, mas a morte de um inocente jamais será dispenalizada por Deus ou por uma consciência sadia.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

VOCÊ TAMBÉM É DE PAZ!

Todo ser humano em princípio é promotor da paz. Mas nem sempre vemos somente a paz onde há pessoas. São pouquíssimas as pessoas que se reconhecem como violentas. No entanto, cada pessoa de paz por vezes provocam violência, às vezes conscientes, às vezes inconscientemente. Muitas vezes perdemos o senso de justiça. Nos diz o lema da Campanha da Fraternidade 2009: A paz é fruto da justiça. Portanto, se há um ambiente violento, há injustiça.

Se a maioria das pessoas não fosse de paz, o mundo seria um caos total. Todavia, a maioria das pessoas, ou talvez todas, em certos momentos causam ou contribuem para a violência.

Quando ouvimos ou falamos em criar uma cultura de paz, poucas vezes pensamos em nós mesmos, mas nos outros. Ora, será que você nunca gerou violência, ou não será capaz de levar mais paz por onde passa?

Aqui recordo as temáticas das três ultimas Campanhas da Fraternidade: “Meio ambiente” (2007), “vida” (2008), “Paz” (2009).
Pergunto a você Cristão: Houve alguma mudança concreta em sua vida, perante ao meio ambiente? Em valorizar e defender a vida? E agora em promover a paz? Se nada mudou em você, há algo errado! Talvez o primeiro passo para mudar o mundo seja mudar a si mesmo। Ainda há tempo! Tenhamos coragem e comecemos nossa própria mudança!