quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A INCRÍVEL INVERSÃO DE VALORES

Depois que ouvi o depoimento de uma senhora comecei a pensar seriamente sobre os valores da “modernidade”. Ela, com 50 anos de casada, foi considerada muito atrasada, por algumas jovens que acharam um absurdo ter que aturar um mesmo homem por 50 anos.


Em outro caso, a mulher foi chamada de louca, ignorante, retardada... por muitas pessoas, inclusive médicos, por estar grávida do seu quarto filho em apenas seis anos de casada. (Sabe-se que há países onde ter mais de um filho é crime)

Casar? Para quê? Há! Os amigos merecem uma festa! Mas é melhor juntar os “panos” se não der certo é só separar! Ainda tem gente que se preserva virgem até o casamento, esse parece o maior dos absurdos.

Não quero aqui defender necessariamente a virgindade sexual e muito menos o casamento religioso, mas quero lembrar que são inúmeros os jovens, sobretudo do sexo feminino, que sofrem muito por ter se entregado de corpo e alma tão cedo. Corações dilacerados, traumas para o resto da vida, gravidez indesejada, corpos contaminados de químicos anticépticos, doenças terríveis, assassinato de criancinhas ainda na barriga, mães solteiras, crianças órfãs, são algumas das conseqüências do uso dos corpos pelo bem prazer e como objeto.

Lembro ainda do homem considerado por muitos como idiota, por ter devolvido um pacote de 100 mil reais que encontrou.

Como ficam as religiões neste contexto? Ainda há espaço para pregar e acreditar no valor da honestidade, da fidelidade no matrimônio, da relação sexual como algo Divino, do corpo como Sagrado e Templo de Deus, dos filhos como sinal de bênçãos, da pobreza como virtude...?

Às vezes, me sinto um “peixe fora d`água” por acreditar buscar e viver sonhos e ideais que parecem contrários aos pensamentos e sistema vigentes.

Mesmo assim, Prefiro ser considerado retrógado em vez de moderno, prefiro ser considerado radical ou mesmo louco, prefiro ser contra esta sociedade cruel e desumana que a cada dia parece consolidar-se.

Acredito estar no caminho certo, apesar de parecer contrário, espero ser iluminado pelo Espírito Santo e encontrar as respostas em Deus e na sua Palavra. Rezemos para que Deus e seu Ensinamento sejam o verdadeiro critério e guia da humanidade.

sábado, 30 de julho de 2011

DEUS VIROU MERCADORIA!

Vivemos em um tempo onde o consumismo é supervalorizado, a ponto de determinar os valores: as coisas que as pessoas possuem e consomem as determinam quem são. Tudo tornou-se mercadoria: o ser humano, a terra, as sementes, a vida e até Deus.
Os lugares tradicionais de sociabilidade como trabalho, praças, cafés, sindicatos e também a Igreja predem seu espaço para o individualismo exacerbado; pode-se conseguir “tudo sozinho”. A realidade reduz-se a si mesmo. Esvazia-se as alteridades. A imagem de Deus fica refém do homem consumidor.
A religião é buscada por necessidade de cura, crescer financeiramente, segurança, superar angústias, reconquistar o “amor” que perdeu e tantas outras necessidades que possam aparecer. Nessa corrida a religião não é a única opção, ela concorre com especialistas das ciências humanas, terapias de autoajuda, alternativas de saúde física e mental e outros.
Se na necessidade do momento Deus for útil recorre-se a ele, se não, vai-se às outras opções, aliás, paga-se caro e muito caro às vezes para que Deus resolva sua situação. Quantas vezes tenta-se comprar a salvação! Há os que garantem que Deus resolve tudo, e rápido! Não é atoa que o mercado religioso é promissor, basta um pequeno investimento, talvez uma “iluminação” do além, uma publicidade informal e a disponibilidade ao atendimento de pessoas buscando aconselhá-las e cativá-las. Geralmente é algo muito novo e diferente, mas com elementos da religiosidade tradicional, de modo que o produto à venda “Deus” ou seu “milagre” não é tão novo ou desconhecido assim.
Sabe-se que o marketing preocupa-se diretamente com a venda eficiente dos produtos. Para vender o mercado procura seduzir, encantar e manipular os seus clientes. Nas religiões, há ocasiões que acontece exatamente isso. Cada grupo procura vender um “Deus” mais atraente e conquistar sempre mais “clientes”.
Na verdade, na religião, cada momento da vida, cada ideia e cada gesto só encontra seu sentido fora de si mesmo. Fica-nos uma pergunta: O que será da verdadeira e pura religiosidade, ou mesmo de “Deus”, numa sociedade altamente individualista e consumista como a nossa?
Certamente, Deus terá seus caminhos para continuar sendo o Senhor de todos e da história. Aliás, se olharmos atentamente é fácil perceber os grandes sinais que expressam a soberania de Deus no mundo hodierno. Há algo duradouro e eterno que precisa, urgentemente, ser respeitado. Caso contrário, o ser humano tornar-se-á sempre mais escravo de si mesmo e a sociedade sempre mais doente.

Diác. José Renato Peixinho

terça-feira, 5 de abril de 2011

FÉ E MEIO AMBIENTE


O Brasil está vivendo um momento ímpar no que se refere à questão ambiental, e, desta vez, a Igreja Católica é a impulsionadora do debate। Faz pouco tempo acompanhamos no país uma “onda ecológica”, todos se diziam defensores do meio ambiente, todos defendiam a sustentabilidade. Na maioria, era um discurso político e eleitoreiro, pois tudo continua como antes.

A Campanha da Fraternidade lançada pela Igreja a cada ano traz para o debate temas sociais urgentes e relevantes. A proposta não é fazer discursos demagógicos, mas reflexões e debates que impliquem em mudanças sérias e estratégicas. É preciso mudanças em vários âmbitos, todavia, o eixo fundamental não deixa de ser a ideologia capitalista: consome-se e produz-se o que gera lucros e não o que é realmente necessário para uma humanidade harmônica e feliz. O drama é ainda maior porque essa ideologia tornou-se uma cultura. Desde as pessoas mais simples e pobres às mais ricas e elitizadas, adotam um padrão de vida ante ambiental. Isso sem falar das grandes empresas.

Costumo dizer que no discurso já somos ambientalista, mas da prática pouquíssimos assumem concretamente uma postura ecológica. Basta observar: quantos saquinhos plásticos você descarta por mês? Quantas garrafas? Quanto de carne (principalmente bovina) você consome? O que você faz com o lixo de sua casa? Com os papeis que não utiliza mais? Poderíamos continuar perguntando e nos darmos conta da nossa devastação, da nossa culpa.

No Gênesis Deus entrega o planeta como um grande jardim para ser cuidado pelo homem (Gn2), mas na verdade esse jardim sempre foi muito mais explorado que cuidado. Por isso, a Igreja propõe uma conversão. É preciso uma mudança profunda em nós.

Precisamos ler os sinais dos tempos. Já disse o Cacique Seatle em 1854, “quando a última árvore for cortada, quando o último rio for poluído, quando o último peixe for pescado, ai sim eles verão que dinheiro não se come”. Recordo também o pensamento: “se queres mudar o mundo com suas ideias, primeiro mude a si mesmo”.

Viver “ecologicamente correto” é ser considerado por muitos um Idiota e maluco. No entanto, somos convidados a assumir posturas que para a ideologia dominante é loucura, mas para o cristão verdadeiro pode ser sinal de conversão profunda, a loucura da Fé como fala São Paulo. Verdadeira loucura mesmo é perceber os gemidos da criação e continuar agindo como se nada estivesse acontecendo. Portanto, ainda há tempo! Tenhamos coragem e comecemos nossa própria mudança!