sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jesus e seus Seguidores
Desde quando Jesus começou seu anuncio até os nossos dias, sempre teve muitos seguidores. Quais os motivos que levaram e ainda levam tantos a segui-Lo? Tomando por base o texto de Mt 8, 18-22, tentaremos traçar um caminho de entendimento.

O evangelista Mateus traz a perícope citada acima dentro de uma seção de dez milagres, logo após, ter anunciado seu sermão na montanha de Cafarnaum, desde então o escritor sagrado vem destacando sempre o Cristo acompanhado de uma grande multidão: “Ao descer da montanha, seguiam-no multidões numerosas” (Mt 8,1). (Vendo Jesus que estava cercado de grandes multidões... (Mt 8,18). É exatamente no meio desta multidão de seguidores, depois da narrativa de alguns milagres, que dois personagens ganham destaque: o primeiro, diz que vai seguir o Mestre onde quer que vá (“Mestre eu te seguirei para onde quer que vás” – Mt 8, 19); O segundo pede para antes enterrar o pai (“Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai” – Mt 8,21). Aos dois Jesus dá uma resposta enigmática. Ao primeiro, diz que até os animais tem mais conforto do que Ele: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” -Mt 8,20; ao outro, não dá-lhe permissão alguma: “segue-me e deixa que os mortos enterrem seus morto”- Mt 8,22.

Como um homem tão pobre e tão exigente atrai a tantas pessoas? É exatamente ai que estão vários dos motivos da sua “atração”. Este, não é um homem qualquer. Ele é o Mestre dos mestres, (com lhe tratou o escriba) “chegou-se a ele um escriba e disse: ‘Mestre eu te seguirei para onde quer que vás - Mt 8, 19’”; o Senhor de todos, principalmente dos seus seguidores (como lhe tratou seu discípulo) “Outro dos discípulos lhe disse: ‘Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai’”. Não é um Deus imaginário. É o Filho do Homem, homem concreto, mas divino, (como se autodenomina Cristo) “Jesus respondeu: ‘As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça’”. Por isso, segui-lo vale a pena. Não importa o que fica para traz, é muito pouco diante da sua escolha. Você vai seguir de modo mais concreto possível, aquele que é a razão da sua existência. É assim que Jesus se revela a cada ação e nesta não foi diferente. Todos são convocados a reconstruírem seu modo de viver e ser, pois agora conhecem de modo bem palpável, a razão de todo existir, pois ele não se esconde, não tem nem onde morar, mas pode estar sempre com cada um. Segui-Lo é tornar-se salvo, livre, homem novo, “Igreja nova”.

Uma multidão seguia Jesus, talvez mais pelos seus milagres; Jesus deixa claro que segui-Lo é muito mais exigente que simplesmente querer, receber e ver seus milagres. Ele nos chama, mas não nos engana. Quem quiser segui-Lo terá que passar pelas dificuldades próprias da mentalidade evangélica. O seguimento de Cristo nos tira das nossas raízes e nos desestrutura. Somos obrigados(as) a renunciar à nossa existência pacata, medíocre e acomodada. Para seguir a Jesus é preciso, também, não ter casa, não ter abrigo nem mordomia, isto é, não ter raízes em lugar nenhum.

Portanto, vemos também a preocupação de São Mateus em ressaltar sua Eclesiologia, A Igreja é convidada a um seguimento radical ao Cristo, Pedra fundante, capaz de mover todos a Ele, capaz de retribuir e ultrapassar qualquer valor cultural e humano que possa nos acompanhar como algo grandemente valioso. O Cristo vale mais que tudo, em Mt 10, 37 Ele diz: “Aquele que ama pai e mãe mais do que a mim, não é digno de mim”. Quem quiser seguir a Cristo, terá sim sua recompensa, não em plena glória aqui na terra, mas com a cruz. Com estas palavras de Jesus termino minha reflexão: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar sua vida, a perderá, mas o que perder sua vida por causa de mim, a encontrará.

Em suma, a maior promessa de Cristo é um antagonismo: perder a vida, mas ao mesmo tempo ganhar uma nova. Sobretudo por isso, tantos o seguiram e o seguem, não importando as conseqüências.

terça-feira, 2 de junho de 2009

O SER HUMANO DESUMANO

Como é possível em um mesmo mundo haver tantas diferenças humanas? Por que alguns seres humanos parecem ter nascido para serem mais dignos do que outros?

A ciência evolui, o homem se diz cada vez mais civilizado, mas os problemas fundamentais da vida humana parecem continuar os mesmos ou até piores. Seguiremos analisando alguns aspectos:
A medicina está tão evoluída, mas, mesmo assim, não cura todas as doenças, e mais, há milhões de pessoas no mundo com seus cuidados básicos e mínimos de saúde negligenciados.
Fala-se que estamos na era da comunicação! Mas nunca o homem esteve tão isolado na sua individualidade, tão individualista! “É eu e o meu mundo”. A comunicação torna-se cada vez mais artificial e menos afetiva, como conseqüências as pessoas se esvaziam a cada dia.
Sempre houve ladrões em todos os períodos históricos। Mas a cada dia aumenta a sensação de que estamos em um mundo sempre mais corrupto, sobretudo, no meio político.

Faz anos que ambientalistas chamam a atenção para o perigo da devestação ambiental. O planeta não suportará o nosso modo predador de usá-lo. Todavia, grandes empresas, grandes indústrias, importantes políticos, pequenas empresas, pessoas simples como nós, continuam a devastar impiedosamente. Em nome de uma ambição e de um bem estar imediato. São pouquíssimas as pessoas que assumem de fato um comportamento “ecologicamente correto”.
São muitíssimos os miseráveis no mundo। Pessoas que não vivem, mas morrem aos poucos enquanto sobrevivem. Por outro lado, há um mundo paralelo: milionários que possuem paraísos; sentem-se seres superiores, no direito de desfrutar o que o planeta e a civilização pode oferecer dizendo ser o melhor.

Será que se cada um de nós tivéssemos a oportunidade de si tornar milionário, mesmo que isso implicasse ferir a dignidade do outro, teríamos coragem de abrir mão e continuar vivendo uma vida simples?
O desafio da pós-modernidade é levar a humanidade a ser novamente humana. Para isso é que deveria ser direcionado todos os esforços humanos.