A critica a religião destes séculos, não nasce do acaso, é inegável que toda essa crítica tem como base, uma série de transformações a nível de descobertas científicas e de pensamentos.
Essa transformação começa com a mudança de concepção sobre o cosmo, que consolida-se com “Galileu e Descartes”, apesar de já ter sido introduzido bem antes com Copérnico. Antes o pensamento científico que imperava era o pensamento dos filósofos gregos, sobretudo Aristotélico. Na religião também havia, de uma certa forma, uma influência do pensamento grego; Santo Agostinho e Santo Tomas de Aquino, aprofunda suas teologias com forte base em Platão (Agostinho) e Aristóteles (Tomás). Percebe-se a existência de uma harmonia entre ciência e religião.
Com a nova visão do cosmo, a geometrização do espaço, a substituição do universo finito pelo infinito e mecânico, o Deus apresentado na Teologia Cristã tornou-se: “desnecessário, improvável, perdeu seu poder absoluto”. Com isso há todo um espaço para o surgimento do ateísmo.
Feuerbach expressa o seguinte: “O que é para a religião o Primeiro, é Deus, (...) o homem, portanto, deve ser estabelecido e pronunciado como o primeiro”. (A Essência do Cristianismo, pp 309-310).
Vê-se, portanto, o homem colocando-se como auto-suficiente e independente de uma força transcendental (Deus). Indo mais além, vários pensadores, com destaque para Freud, vão tentar demonstrar que Deus e religião nada mais é que criação psicológica de cada homem, o qual deve libertar-se disso para estar mais próximo da realidade como tal, ao invés, de viver subordinado a fantasias. Nietzsche por sua vez, vai ainda mais além e combate fortemente à religião, especialmente o Cristianismo; mostrando outros caminhos, afirmando a necessidade da criação de novos valores que fossem mais racionais, pois aquele no qual se embasava todos os valores morais, éticos e religiosos, o próprio homem já tinha destruído “tinha matado Deus”, nesse caso, o homem seria o próprio Deus, o super-homem. Nietzsche escreve: “Nunca houve uma religião que contivesse uma verdade”. (Humano demasiado humano §110). “Permaneceis fieis a terra e não creiais em quem lhes falar de esperanças supra terrenas”. (III, Prólogo, m.3).
Hoje, no entanto, após um século de toda esta crítica, percebe-se que esses pensadores não estavam tão certos, pois apesar de tudo, o fenômeno religioso continua acontecendo. Há uma tendência natural do ser humano em aderir ao transcendente, e conseqüentemente, a religião prevalece como que intrínseca ao homem. Porém é inegável que houve mudanças, sobretudo na pós-modernidade, onde os paradigmas se espalham os mais diversos possíveis. O homem continua religioso no sentido de acreditar em um “Deus”, numa força transcendental, mas não com uma alienação a um Deus determinista como antes, realidade esta que para "os críticos religiosos" é um desastre: usa-se Deus como objeto, à medida que necessita dele, “usa-se depois joga fora”, “é o Deus de Bolso”.
A religião por sua vez, reagiu e reage a essa crítica, mostrando as falhas desses pensadores e que apesar de parecer (argumentos) tudo muito bem elaborados e verdadeiros são grandes equívocos.
A Igreja insiste que a Fé e a razão caminham juntas uma servindo como sustentação para a outra, e que, de forma alguma, a ciência contradiz a fé, mas ao contrário, confirma. Sobre esta temática o Papa João Paulo II escreve claramente mostrando a grade relação existente entre “fé e razão” em sua Carta Encíclica “FIDES ET RATIO”.
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