Celebramos no ultimo Domingo dia 20 de Maio o 46° dia Mundial das Comunicações Sociais. Por incrível que pareça neste dia refletiu-se sobre o silêncio, quando pensamos em comunicação dificilmente imaginamos que o silêncio é essencial para que ela aconteça, mas sem silêncio não há comunicação.
Tratando-se da comunicação do Divino, jamais se pode esquecer-se do silêncio. Por isso o Papa fala “Silêncio e Palavra: Caminho de evangelização” este foi o Tema do dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano.
Fala-se que estamos na era da comunicação, é verdade. Mas também na era do barulho, as informações são muitíssimas, porém fragmentárias, pois não conseguimos mais viver o silêncio necessário para a integração da informação com a vida, o silêncio é essencial para discernir o que é importante de que é inútil ou menos essencial. Sem o silêncio não há palavras densas de conteúdo, ele é parte integrante da comunicação.
Inclusive, a comunicação mais profunda, dispensa palavras. Aqueles que se amam, sabem que seus momentos mais autênticos são silenciosos. Quantas vezes um olhar, uma respiração, um toque... Dizem o que nenhuma palavra seria capaz de dizer. O filho acorda mal, mesmo não dizendo nada a mãe, ela pergunta: “filho o que você tem hoje?” mesmo que ele diga que está tudo bem a mãe tem certeza que a informação verdadeira é a que foi dita no silencio.
Outro exemplo: quanto nos fala a Cruz de Cristo! No seu silêncio, o amor de Deus se comunica. Ora, se Deus fala no silêncio o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. Assim, a comunicação é uma realidade complexa é meio que um “ecossistema” onde equilibra silêncio, palavra, imagens e sons.
No fundo o que a comunicação deve responder, é a complexidade da existência humana. Quem sou eu? Que devo fazer? Que posso esperar?... As respostas verdadeiras estão no mais profundo do coração do homem, inscritas pelo próprio Deus, o silêncio e a reflexão ajuda a abertura de si mesmo para encontrar as respostas.
Não é a toa que em todas as grandes religiões do mundo, o silêncio e a solidão constituem esforços privilegiados para levar as pessoas ao encanto consigo mesmas e a Verdade que dá sentido a todos as coisas.
Estando diante da Verdade, do silêncio, só resta o impulso para missão, começa-se, um desejo ardente de anunciar o que se viu e ouviu, a fim de que todos experimentem este delicioso sabor, que é a comunhão com Deus. Nesta contemplação mergulhamos na fonte do amor, e naturalmente, amamos o próximo, experimentamos o seu sofrimento e oferecemos a luz de Cristo, a qual se transforma em amor que salva.
Portanto, a palavra tem sem valor, mas sem o silêncio ela é incompleta, deve-se então aprender a escutar, e contemplar para além do falar, só assim seremos bons comunicadores ou mesmo evangelizadores.
Pe. José Renato Peixinho